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Como escrever um brief criativo que não sabota sua marca (ou sua agência)

Meu ex-chefe tinha uma regra:"Shit in, shit out."

E nunca mais esqueci.


A gente adora culpar a agência quando a campanha não entrega.Mas, na maioria das vezes, o problema começa antes — com um briefing vago, tático ou desalinhado.


Daquele tipo que diz “queremos que viralize”, “algo legal” ou, pior: nem define o que é sucesso.


A verdade é simples:Não dá pra esperar trabalho estratégico com input amador. Se você quer campanhas criativas, consistentes e que tragam resultado, comece por um brief mais claro.


O que um briefing criativo não é

  • Não é uma lista de tarefas

  • Não é uma wishlist de design

  • Não é um formulário copiado da campanha do ano passado

Um brief criativo é uma ferramenta de alinhamento estratégico.Ele traduz os objetivos de negócio em direcionamento criativo — e prepara a agência para entregar trabalho que funciona.




Os 5 blocos essenciais de um bom briefing


1. Contexto de negócio

  • O que está acontecendo agora que levou a esse projeto?

  • Qual desafio mais amplo estamos resolvendo?

Esse trecho ajuda a agência a conectar o pedido criativo com a realidade da marca.


2. O objetivo

Seja específico.

  • O foco é gerar awareness?

  • Mudar percepção?

  • Gerar leads ou conversão?

“Fazer barulho” não é objetivo.“Increase consideration entre Gen Z em 20% no Q3” é.


3. Público-alvo (comportamental, não só demográfico)

  • Com quem estamos falando de verdade?

  • O que essa pessoa sente, pensa, acredita hoje?

  • O que queremos que ela acredite depois da campanha?

Use um recorte funcional: qual é o "trabalho" que esse público precisa resolver?


4. Mensagem principal

  • Qual é a única coisa que precisa ficar clara?

  • Se a audiência esquecer todo o resto, o que precisa lembrar?

Brief bom entrega uma ideia forte. Não uma lista de mensagens.


5. O que evitar (zona de risco)

  • Quais caminhos devem ser evitados?

  • O que já foi testado e falhou?

  • O que não está alinhado com os valores ou com o tom da marca?

Essa é a parte mais esquecida do briefing — e uma das mais valiosas.


Defina critérios de sucesso — ou nem briefe

Nenhum brief está completo sem critérios claros de sucesso.


Senão, o feedback vira julgamento subjetivo:

  • “Não gostei”

  • “Não está impactante”

  • “Não sei, só não senti”


Com sucesso bem definido, o feedback vira estratégico:

  • “Essa peça não sustenta o objetivo de negócio alinhado”

  • “Essa execução não conecta com o insight do público”

  • “Essa mensagem foge da ideia principal que acordamos”


Critérios de sucesso devem ser:

  • Vinculados ao resultado de negócio

  • Mensuráveis dentro do escopo da campanha

  • Alinhados ao papel da campanha (awareness, conversão, etc.)

  • Usados como filtro em toda revisão — do primeiro rascunho à entrega final


Dica prática: termine toda revisão com a pergunta “Isso entrega o que o brief pedia?”Se não entrega, talvez o problema nem seja a criação. É o próprio brief.



Erros comuns de briefing que desperdiçam tempo, verba e confiança

  • Pedir “algo criativo” sem dizer por quê

  • Brifar a agência sem antes alinhar o time interno

  • Dar feedback contraditório de stakeholders diferentes

  • Dizer “me surpreenda” quando, na prática, você quer algo seguro

  • Tratar a agência como fornecedora, e não como parceira estratégica


Grandes campanhas começam antes do primeiro slide

Quer trabalho forte da sua agência?


Comece com:

  • Clareza

  • Contexto

  • Consistência


Brief bem feito não limita a criatividade. Ele viabiliza.Dá direção, propósito e fundamento para que a equipe crie algo que mova pessoas — e o negócio.


Criatividade sem estratégia é barulho. Estratégia sem criatividade? Só mais um PowerPoint.

 
 
 

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© 2025 por Alessandra Gaeta.

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